REPOST – MUNICÍPIOS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS CANOAS E PELOTAS DECRETAM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA DEVIDO À ESTIAGEM

Os agricultores estão sentindo as perdas na produtividade das lavouras pela falta de chuvas aliado às temperaturas elevadas. Essa condição está levando alguns municípios inseridos nas bacias hidrográficas dos Rio Canoas e Pelotas a decretarem situação de emergência a nível estadual.

Conforme informações dos prefeitos os decretos de situação de emergência são importantes para que o município possa tomar atitudes e viabilizar meios para amenizar os prejuízos dos agricultores, principalmente nos períodos de pouca chuva.

Um dos primeiros municípios a decretar situação de emergência devido a falta de chuvas foi Celso Ramos, no início do mês. O cultivo de uva, moranga cabotiá, fumo e milho já registram prejuízos expressivos.

Com uma alta produção de uva, Celso Ramos vem se destacando no cenário da vitivinicultura, porém com a falta de chuva, alguns produtores precisaram antecipar a colheita, como destacou o produtor Ronaldo Carlos Bonamigo, morador da comunidade de Nossa Senhora do Caravággio numa área de 4,6 hectares, onde estima diminuir sua produção em 60% neste ano. Ele decidiu antecipar a colheita para evitar mais perdas.

Em Abdon Batista, o setor agropecuário sofre drasticamente com a falta de chuva. Conforme levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Agricultura, até o dia 10 de janeiro os prejuízos já somavam cerca de R$ 10 milhões aos produtores de fumo, grãos, gado de leite e de corte do município. O decreto de situação de emergência foi encaminhado para a Defesa Civil do Estado e a orientação é que os produtores que já registram prejuízos em suas propriedades procurem e informem as suas instituições financeiras de crédito sobre a situação. Se a falta de chuva persistir será necessário utilizar meios de racionamento de água, sendo que algumas propriedades do interior do município já sofrem com o desabastecimento.

Em Cerro Negro, o decreto foi assinado no dia 10 de janeiro. O setor rural do município teve várias perdas, especialmente nas lavouras de milho que também refletem em outras áreas como a produção leiteira e pastagens de verão. O município já apresenta, também, a falta de água para consumo humano e de animais em algumas localidades. Um levantamento mais detalhado está sendo realizado em todo o município, buscando avaliar os danos causados pela estiagem.

No município de Anita Garibaldi, o decreto foi assinado na manhã do dia 13 de janeiro e um levantamento para avaliar as perdas está sendo realizado em todo o município. O prefeito João Cidinei destacou que é importante que os produtores entrem em contato com as agências bancárias e comuniquem sobre o decreto de emergência, a fim da realização dos procedimentos para acesso a recursos que amenizem os prejuízos financeiros.

No município de Campo Belo do Sul, também contabilizou  as perdas, porém o município não decretou situação de emergência, ainda. Segundo informações do secretário de Agricultura, Macson Pucci, em parceria com a Secretaria de Obras, foi disponibilizado para a população atingida, três máquinas retroescavadeiras para tentar amenizar os problemas causados pela estiagem.

O SAMAE de Vargem pede à população que economize água por causa da falta de chuvas. As consequências da estiagem já refletem em perdas ao município e podem resultar em desabastecimento de água para a população.

Já no município de Campos Novos a decisão foi tomada no dia 15 de janeiro após reunião com representantes da área agrícola. O município é o maior produtor de grãos do Estado de Santa Catarina e o maior produtor de soja do estado. As perdas são milionárias.

A Secretaria de Agricultura realizou um levantamento dos prejuízos nos últimos dias que chegam a 20% no âmbito geral, para as culturas de milho, soja, feijão e na produção de leite. Em algumas regiões, as perdas nas culturas de milho chegam a 30%.

Segundo o secretário municipal de Agricultura “a cada 10 por cento de perda na lavoura de feijão, são R$ 40 milhões de prejuízo”.

Devido à falta de chuvas, a decisão de decretar Situação de Emergência tem o aval técnico dos representantes de cooperativas, Epagri e da Defesa Civil. Algumas propriedades rurais também registram falta de água.

No município de Vargem, assim como outros municípios das bacias hidrográficas do rio Canoas e Pelotas, os dados estão sendo levantados e assim que o município possuir dados concretos sobre a real situação será decretada situação de emergência.

Da mesma forma no município de São José do Cerrito, informou o Vice – Prefeito Moacir Ortiz (em exercício do cargo de Prefeito Municipal), em conversa com a consultora técnica da Apasc (entidade executiva do Comitê Canoas-Pelotas) no dia 16 de janeiro, “os dados estão sendo levantados e analisados para a decisão de decretar a situação de emergência ou não”. Nesta oportunidade também trataram sobre dos Instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, previstos na Lei 9433/1997 e do Plano de Recursos Hídricos do Comitê Canoas-Pelotas.